TRABALHO SEM FIM: Setor de aterros sanitários está em expansão e exige o máximo em tecnologia e assistência

Depois do expediente, da produção, da festa, do passeio, quando está tudo acabado, embalado e descartado, começa o trabalho em cerca de 2,2 mil aterros sanitários em todo o país. Neles, os restos ou sobras orgânicas, industriais e recicláveis são separados e enviados ao devido destino. A maior parte será enterrada, compactada e coberta em terrenos geralmente distantes das cidades, que seguem rígidas exigências das leis ambientais para evitar impacto do material na natureza. Trabalho equivalente a uma grande obra que evolui diária e constantemente, e que exige equipamentos de alta tecnologia e força como os da New Holland Construction. Até a implantação da Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos, em 2010, a maior parte dos resíduos das cidades brasileiras era jogada em lixões a céu aberto. Aos poucos eles foram se tornando aterros controlados, enquanto o formato ideal, de aterros sanitários, passou a dominar o cenário.

Há um ano a HC Veículos, empresa originalmente voltada à construção de barragens e terraplanagem, começou a atuar em aterros sanitários no Sergipe, como terceirizada da Estre Ambiental. Na operação de Rosário do Catete há quatro escavadeiras hidráulicas E215B, dois tratores de esteira D150B e uma retroescavadeira B95B para dar conta de 40 mil toneladas mensais de lixo da região. Para Yuri Porto, sócio da HC, a preferência pela marca deriva tanto da qualidade das máquinas quanto da assistência técnica da concessionária Servel. “Todo equipamento exige manutenção, mas nesse negócio a exigência é maior”, explica. A rotina é ininterrupta e, em época de feriados, vai das 5h às 23 horas, quando aumenta a produção de resíduos. “O material com o qual lidamos tem uma acidez muito grande, e os equipamentos New Holland aguentam bem, apesar de o material rodante ser muito mais exigido nesse ambiente”, explica.

Assim, o atendimento faz diferença porque as peças chegam em até 24 horas. O concessionário já sabe quais são as condições de trabalho do cliente e tem as mais necessárias em estoque.

Rodrigo Cruvinel, engenheiro civil e gerente da Sanetran, que atua em 12 cidades no Paraná, Guaíba (RS) e Tangará da Serra (MT), tem experiência de 10 anos no “negócio do lixo”. O engenheiro concorda com a importância do atendimento imediato. “O trabalho é contínuo, não pode parar, e por isso a máquina tem que ser muito confiável”, explica. Segundo Cruvinel, em uma obra é possível esperar uma máquina quebrada ir ao conserto e voltar dali a alguns dias; isso não ocorre em um aterro. “Para a nossa rotina, o que importa é a constância. A cobertura é diária e as leis ambientais obrigam que o serviço nunca pare.” A empresa acaba de adquirir uma nova escavadeira hidráulica para se juntar aos tratores de esteira da marca na operação em Arapongas (PR). Rafael Ricciardi, especialista de Produto da New Holland Construction, confirma o aumento da procura por equipamentos para o segmento de aterros sanitários.

Nos últimos anos, 30 máquinas foram vendidas com essa finalidade. “O carro-chefe para o trabalho nos aterros sanitários são os tratores de esteiras, principalmente do modelo D180C”, explica, porque têm um peso operacional adequado para o serviço de compactação. “Além disso, são equipamentos com transmissão hidrostática, não mecânica, assim como as escavadeiras, ou seja, há menos componentes mecânicos em contato com o material de alta agressividade abrasiva”. Essas características estão tanto nas escavadeiras quanto nos tratores. Outros itens importantes para o setor são as cabines fechadas e com ar-condicionado, para proteger o operador do ambiente insalubre – ainda que Porto chame atenção para o fato de que aterros sanitários “não têm nem urubus” – e a movimentação feita por joysticks, o que agiliza a operação.

Cruvinel acredita que a tendência do negócio é o crescimento da terceirização, porque o setor público depende de licitações e processos burocráticos para compra de máquinas e peças. “Nem todo aterro tem uma escavadeira de reserva. Então é preciso investir num marca boa que não te deixe nunca na mão.” Os aterros que mais cresceram e onde houve maiores investimentos estão nas cidades pequenas. Municipais ou privados, a equipe mínima para tocar um aterro compõe-se de quatro funcionários para vigilância, em dois turnos; dois balanceiros em dois turnos; dois motoristas, um operador e dois auxiliares gerais. Os equipamentos necessários, para começar, são escavadeira hidráulica, pá carregadeira, trator de esteira, caminhões basculantes e rolos compactadores. “O lixo não acaba nunca, é Um negócio que só aumenta”, finaliza Cruvinel.


 

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